quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Escalada ao Everest


No dia 29 de maio de 1953, o neozelandês Edmund Hillary e seu guia nepalês Tenzing Norgay são os primeiros a atingir o cume do Monte Everest, a montanha mais alta do mundo, com 8.848 metros acima do nível do mar. Desde 1921, outras dez equipes haviam em vão tentado a façanha.
"A barreira decisiva antes do pico era um paredão superliso de 25 metros, quase sem possibilidades de apoio. Escolheram, então, o lado leste, onde havia uma enorme massa de neve. Hillary foi primeiro, enquanto Tensing garantia a segurança do terreno. Os minutos pareciam durar dias. Também os joelhos e ombros tinham que ajudar braços e pernas a puxar o corpo para cima, tão difíceis eram os movimentos naquela altura. Era uma luta contra o tempo e contra o fim do oxigênio. De repente, Hillary constatou que não dava mais para subir, o pico tinha chegado ao fim. A partir dali, só dava para descer novamente. Foi quando ele e seu guia se abraçaram na montanha mais alta do mundo".
Assim o alpinista austríaco Peter Habeler narra a aventura de Hillary e Norgay. Pela primeira vez, em 29 de maio de 1953, era derrotado o gigante do Himalaia. Uma vitória do ser humano, depois de mais de trinta anos de tentativas fracassadas e muitas mortes. 25 anos mais tarde, o próprio Habeler e Reinhold Messner conquistaram outra façanha: escalaram o Everest sem máscaras de oxigênio.
Ao retornar ao seu meio depois da grande aventura, Hillary confessou não ter ficado muito emocionado, como as pessoas podem pensar. "Estávamos cansados, isso sim, não sabíamos como agüentar a volta, mas ao mesmo tempo fui tomado de uma imensa paz interior. Eu me perguntava por que tivemos aquela enorme sorte, se outros melhor capacitados não conseguiam", confessou o neozelandês.
Desde a década de 20, muitas expedições, principalmente inglesas, haviam tentado concluir a escalada do Everest e das outras 13 montanhas com mais de oito mil metros de altura. O mais difícil da escalada vem depois dos 7.600 metros, quando a temperatura fica muito baixa e o ar, muito rarefeito. Hoje, os nativos lamentam que a montanha mais alta do mundo, que chamam de "Casa dos Deuses", seja tão profanada e poluída. Pessoas com pouca experiência em alpinismo gastam fortunas para arriscar, não só suas vidas, como também a dos guias para chegar ao "teto do mundo".
Continua controvertido, no entanto, se outra dupla não teria alcançado o pico antes de Hillary. Em 1924, os ingleses George Mallory e Andrew Irvine fora vistos pela última vez a 8.600 metros de altura. Em 1933, foi encontrada uma ferramenta deles. E apenas há dois anos, alpinistas norte-americanos encontraram o cadáver de Mallory. O de Irvine continua desaparecido. Eles teriam atingido o pico mais alto do mundo 29 anos antes de Hillary? A câmara fotográfica de Mallory, que certamente teria registrado este momento, jamais foi encontrada. Uma pista que ajuda os historiadores é que naquela época ainda não era possível escalar o paredão liso abaixo do pico, hoje batizado Edmund Hillary.

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