segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A Conquista do Everest - parte 3

No dia 29 de maio de 1953, às 6h30min da manhã, eles saíram de suas barracas, quase cobertas de neve, respirando oxigênio suplementar, e iniciaram a jornada que os colocaria na história. Era a sétima tentativa de Tenzing Norgay e a segunda de Edmund Hillary.

Às nove chegaram ao Cume Sul, ao pé da dramática crista estreita que levava ao cume principal, a partir de onde encontraram melhores condições climáticas. Uma hora mais tarde estavam diante de uma barreira com 13 metros, um escalão de rocha lisa e quase sem pontos de apoio, agora conhecido como Escalão Hillary.

– Era uma barreira cuja superação ia muito além de nossas frágeis forças – reconheceu o neozelandês, mais tarde.

Tenzing ficou embaixo e foi largando a corda, nervoso, enquanto Hillary, enfiando-se em uma estreita greta entre o paredão de rocha lisa e uma rebarba de neve em sua beirada, começou a agonizante subida. A lenta e penosa escalada foi sendo vencida, na base de muito esforço físico e exposição ao perigo.

Edmund Hillary conseguiu finalmente alcançar o alto da rocha e se arrastar para fora da fenda, até uma larga saliência. Por alguns momentos ele ficou ali, parado, deitado, recuperando o fôlego. Enquanto o oxigênio artificial corria por sua veias, ele sentiu, pela primeira vez, que sua gigantesca determinação o levaria ao topo. Com as batidas do coração voltando ao normal – normal para aquelas circunstâncias! – ele firmou-se na plataforma e fez sinal para Tenzing subir.

Edmund Hillary puxou firme a corda e o sherpa foi subindo, contorcendo-se greta acima, até finalmente chegar à saliência onde o neozelandês estava.

– Exausto, desabando como um peixe gigantesco que acabou de ser içado do mar após uma luta terrível, chegou Tenzing – contou Hillary.

O cume, a apenas uma pequena distância, os observava, impassível, sentindo que em breve seria derrotado por aqueles dois minúsculos seres que ousavam pisar onde ninguém jamais conseguira colocar os pés.

Edmund Hillary e Tenzing Norgay deram a volta por trás de outra saliência de rocha e viram que a crista adiante descia, podiam ver o Tibete. Eram os primeiros humanos a verem o Tibete daquele local. Eles desviaram a atenção do planalto tibetano e correram os olhos para cima, onde havia um cone redondo de neve.

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