quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Pára-quedistas saltam sobre o monte Everest

Pára-quedistas saltam sobre o monte Everest
Aventureiros pagaram US$ 24 mil pela aventura, que levou 15 anos para ser planejada

LONDRES - Três pára-quedistas saltaram neste domingo, pela primeira vez, sobre o monte Everest. Os três aventureiros, do Reino Unido, Nova Zelândia e Canadá, saltaram a 9 mil metros, experimentaram uma queda livre de um minuto antes de abrir os pára-quedas e desceram lentamente até atingir o solo. Eles são os primeiros de um grupo de 34 pára-quedistas que passou 15 anos planejando o salto e pagou US$24 mil (R$ 49 mil) pela aventura. Para a britânica Holly Budge, que saltou com o primeiro grupo, o "investimento valeu a pena". Ela conta que a experiência foi "espetacular". Um dos organizadores afirmou que os pára-quedistas pareciam "pássaros" durante o salto. O primeiro salto estava marcado para acontecer na sexta-feira, mas foi cancelado devido ao mau tempo. Por causa da altitude extrema e do frio, os pára-quedas usados no salto são três vezes maiores do que o tamanho regular e os pára-quedistas possuem tanques de oxigênio amarrados na cintura, além de usar roupas resistentes ao frio. Antes de realizar o salto, todos os participantes fizeram caminhadas pela região do monte Everest para se acostumar com a altitude. Os aventureiros que participarão dos saltos vêm de várias regiões do mundo - do Canadá ao Iraque e Paquistão. Um deles é um britânico de 72 anos de idade.

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Primeiro diabéticos tipo 1 a Cúpula Sul do Monte Everest


Will Cross ------>

Com oxigênio suplementar, Will Cruz, 37 tornou-se a primeira pessoa com diabetes tipo 1 para chegar ao Sul da Cúpula Mt.Everest. That put him just shy of the top of the 29,029-foot mountain. Isso colocou-lhe apenas tímido do alto da montanha 29.029 pés.
while this is not the top, is a great achievement for a type 1 diabetic. enquanto este não é o topo, é uma grande conquista para uma diabéticos tipo 1. Will has called in and stated he only went as far as the South Summit of Everest and turned around because of high winds… For a type 1 diabetic, this is beyond what many can dream. Será que tem nos chamado e afirmou que ele só chegaram mesmo a Cúpula Sul do Everest e revertido devido a ventos fortes… Para uma diabéticos tipo 1, trata-se além do que muitos podem sonhar.
Will Cross, who became the first person with diabetes to reach the South Pole, attempted to reach the summit of Mt. Everest on May 17, 2004, but was forced to turn back because of extreme exhaustion and a shortage of oxygen. Will Cross, que se tornou a primeira pessoa com diabetes para atingir o Pólo Sul, tentou chegar a cimeira de Mt. Everest em 17 de maio de 2004, mas foi forçado a voltar atrás por causa de exaustão e de uma extrema escassez de oxigênio. As a type 1 diabetes patient, Will carefully controlled his blood glucose levels using NovoLog® insulin and long-acting Novolin®, and followed a carefully determined diet of 3,500 calories per day. Na qualidade de diabetes tipo 1 doente, vai cuidadosamente controlados seus níveis de glicose no sangue usando NovoLog ® e insulina de acção prolongada Novolin ®, e seguiu atentamente uma determinada dieta de 3500 calorias por dia. The climate of Mt. Everest is naturally extreme and at no time of the year does the temperature on the summit rise above freezing. O clima de Mt. Everest é, naturalmente, extrema e em qualquer época do ano faz a temperatura subir acima cimeira sobre o congelamento. Howling winds, little oxygen, avalanches and unpredictable weather also contribute to the severe conditions on the mountain. Howling ventos, pouco oxigênio, avalanches e imprevisíveis condições climáticas também contribuir para a severas condições sobre a montanha.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Paraplégico vai tentar subir o monte Everest

Londres - Um aventureiro britânico paraplégico está planejando subir o monte Everest, apesar de quase ter morrido em uma tentativa anterior. Glenn Shaw vai usar uma cadeira de rodas adaptada para escalar a face norte da montanha mais alta do mundo e alcançar o patamar de 5,7 mil metros de altitude. A montanha tem 8.850 metros de altura e é a maior do mundo. No entanto, segundo o alpinista britânico atingir o cume não é o objetivo. "Nós não vamos ser capazes de atingir o topo, porque isso seria impossível dentro da minha capacidade", disse Glenn Shaw. Mesmo sem tentar atingir o cume, a tentativa é muito perigosa. Shaw quase morreu depois de uma queda em uma tentativa anterior de subir a montanha, quando quebrou vários ossos. "Minha última visita foi no lado sul do Everest, em 1997. Eu me envolvi num acidente e quase morri, mas neste ano vamos subir a encosta norte. Estamos bem treinados. Agora é a hora de tentarmos", contou Shaw. AjudaShaw parte para Katmandu, capital do Nepal, nesta terça-feira, depois de passar por um treinamento intensivo na Grã-Bretanha. Shaw explicou à BBC como sua cadeira de rodas funciona. "Imagine uma mountain bike sob uma cadeira de rodas. Ela foi criada para passar sobre qualquer tipo de terreno, de lama à água e rochas, assim como em inclinações e declinações.? A grande maioria do equipamento que será utilizado foi criada especificamente para a tentativa no Everest.

NEWS!!!!!


Porque eles querem chegar lá?

Ainda há duvidas sobre quem foi o primeiro a alcançar o topo do Monte Everest.

O corpo de George Mallory foi encontrado em maio de 1999 abaixo do topo.

Ele havia desaparecido em junho de 1924.

Nas roupas que estavam em seu corpo muito bem conservado pelo gelo, havia uma carta endereçada para a esposa dele.

A questão é: ele estava subindo até o topo ou já havia alcançado o topo e estava em rota de descida?

Independente disso, alpinistas continuam a escalar o Everest e em maio de 1953, oficialmente, o monte foi alcançado no ponto mais alto da cordilheira do Himalaia, há 8850 mil metros de altura, por Edmund Hillary e o sherpa Tenzing Norgay.

O primeiro homem a escalar o monte sem o auxilio de oxigênio suplementar foi Reinhold Messuer em 1978 que também em 1980 subiu o monte sem equipe de apoio.

Uma expedição pode custar U$ 50.000 e diversas se preparam anualmente para a subida.

Alpinistas ficam num ponto de apoio da geleira Khumbu aguardando sua vez.

Centenas de pessoas escalando o monte todos os anos causam uma série de problemas ambientais na região.

Hillary criou uma fundação que consegue amenizar um pouco os estragos, reflorestando o vale, erguendo centros médicos e escolas.

No dia 11 de janeiro de 2008, aos 89 anos Edmund Hillary morre deixando a fundação e suas marcas pelo Monte.

O povo sherpa o agradece. Esta população que conhece bem a montanha e seus perigos mudou seus costumes para receber o “turismo de escalada” e a maioria trabalha nas expedições.

As expedições precisam de autorização do governo chinês e muitas recebem a benção do Dali Lama, já que as faces do monte fazem fronteira com o Nepal e o Tibet.

Curioso é que descobertas recentes confirmam que o monte Everest já esteve no fundo do mar.

Muitos alpinistas morreram nas escaladas, 160 pessoas confirmadas, entre elas o brasileiro Vitor Negrete, mas a maior tragédia foi em 1996 onde 19 pessoas morreram por causa de uma tempestade fortíssima.

Pagar caro por uma expedição não é garantia de chegada ao topo nem de garantia de vida, mas o fascínio continua.

Um nepalês de 77 anos chegou ao topo e ganhou o título de homem mais velho a escalar o Everest em 25 de maio de 2008.

Dias após, os brasileiros Eduardo Keppke e Rodrigo Rainieri deixaram suas pegadas no ponto mais alto.

Por que se aventurar nesta montanha arriscando a própria vida?

Porque o Everest simplesmente está lá! Resposta de George Mallory momentos antes de escalar o Everest e não retornar mais com vida em 1924.

Você sabia?...

Primeiro cumeSomente 101 anos depois que o Instituto Topográfico da Índia descobriu que o Monte Everest era o ponto mais alto do mundo uma expedição conseguiu chegar ao seu cume.Às 11h30 do dia 29 de maio de 1953 o neozelandês Edmund Hillary e o sherpa Tenzing Norgay chegaram ao topo do mundo. Era a sétima tentativa de Tenzing e a segunda de Hillary.Cilindros de oxigênio e uma garrafa térmica com sopa quente esperavam os dois heróis no Colo Sul. "Bem, George, nós liquidamos com este bastardo" foram as palavras - numa tradução livre - de Edmund Hillary para George Love que fazia parte da expedição.James Morris, jornalista do Times, acompanhava a expedição. Desceu até o Campo Base, despachou um sherpa, Phurba (que hoje tem 89 anos), até Namche Bazar com uma mensagem que foi passada por rádio, em código, para o embaixador britânico em Katmandu. De lá foi retransmitida para Londres.A notícia de que a expedição britânica tinha conquistado a montanha mais alta do mundo foi anunciada no dia 2 de junho, durante a coroação da Rainha Elisabeth.A expedição contratou 350 sherpas e como eles só aceitavam prata como pagamento, moedas de prata forma cunhadas especialmente para pagá-los.Edmund Hillary que foi condecorado pela rainha da Inglaterra e nomeado "Sir", tornou-se estampa da moeda de cinco dólares na Nova Zelândia. Mulheres no Topo do MundoAté 2004 2.249 pessoas conseguiram chegar ao cume do Monte Everest. Deste total foram 101 mulheres. As americanas são as que mais conseguiram atingir o topo do mundo, seguidas das indianas e das japonesas. Cinco mulheres morreram na montanha até 2004.As pioneirasA primeira mulher a alcançar o cume do Monte Everest foi a japonesa Junko Tabei, no dia 16 de maio de 1975. Outra japonesa, Tamae Watanabe, tornou-se, em 16 de maio de 2002, aos 63 anos, a mulher mais velha a alcançar o topo do mundo. E Mingkipa Sherpa, do Nepal, aos 15 anos, em 22 de maio de 2003, foi a mais jovem. Ela é irmã de Lhakpa Sherpa. E a neozelandesa Lydia Bradey foi, em 1988, a primeira mulher a escalar o Everest sem utilizar cilindros de O2 suplementar.Uma mulher especialLhakpa Sherpa é a mulher que mais vezes chegou ao cume do Everest: cinco vezes até o ano passado. Este ano ela está novamente na montanha e faz sua escalada pelo Tibet (Face Norte) junto com seu marido, o romeno Gheorge Djamarescu que atingiu os 8.850 metros por sete vezes.Mulheres Latino-americanasNo dia 5 de maio de 1999 a mexicana Elsa Avila Carsolio tornou-se a primeira latino-americana a chegar ao topo do mundo. E as chilenas - Viviane Cuq, Patricia Soto e Cristina Pietro - foram as primeiras sul-americanas a chegar ao cume da Chomolungma em 23 de maio de 2001.

Alpinista americano escala Monte Everest pela 10ª vez

O alpinista norte-americano David Hahn, de 46 anos, escalou o Monte Everest pela décima vez. Com isso, ele tornou-se o primeiro cidadão não nepalês a alcançar essa marca, segundo profissionais da área. Hahn superou os 8.850 metros do monte em companhia do também norte-americano Nicole Messener e de dois guias Sherpa. A informação foi divulgada pelo funcionário do Ministério do Turismo Ramesh Chetri.Pasang Tshering, o contato de Hahn em Katmandu, disse que o grupo estava seguro e com boas condições de saúde. Eles estavam fazendo nesta quarta-feira (28) o caminho de volta até uma base. Os alpinistas devem voltar da montanha no início da próxima semana.O recorde de escaladas na maior montanha do mundo é de Appa, um guia Sherpa que no início deste mês chegou ao cume pela 18ª vez. Outro guia Sherpa, Chhewang Nima, escalou o Everest 15 vezes. Outros sete guias escalaram o monte mais de 10 vezes.

Ang Tshring Shrepa, golfista amador e dono de uma empresa aérea do Nepal, resolveu praticar seu esporte favorito em um local bem diferente da grama verde comum em campos de golfe: a cordilheira do Himalaia. As informações são Reuters.Shrepa resolveu alugar um helicóptero para chegar a mais de 4 mil m de altitude, em um local bem próximo ao Monte Everest, o mais alto do mundo, com 8.848 m. O empresário pretende convidar o golfista Tiger Woods para dar umas tacadas por lá. ;D

O MONTE EVEREST NA VIDA DE TODOS

“Você está em pé na neve, 8500 metros acima do nível do mar, contemplando o horizonte a centenas de quilômetros. Aqui, a vida é muito simples. Viver ou morrer. Nada de concessões, lamentos ou segundas chances. É um lugar constantemente assolado por ventos e tempestades, onde cada respiração é um feito e tanto. Você está no pico mais alto da Terra. É a montanha Everest. Até ontem era considerada invencível. Mas isso foi ontem”“Ao estudar o horizonte, do pico do Monte Everest, Inés estava especialmente preparada para suportar e resistir à fúria da montanha mais intempestiva do mundo. Ela acreditava que conquistaria e criou um plano estratégico de vida e carreira especialmente para ele.” (texto da propaganda dos relógios Rolex).Existe um monte Everest a ser conquistado na vida de todos. Quando tiver conquistado o seu, encontrará uma história singular e maravilhosamente sua. Você precisa descrever mentalmente qual Monte Everest deseja conquistar: o de Presidente de uma Multinacional, controller de uma média empresa, analista , ter seu próprio negócio ou mesmo todos, um a cada etapa de sua vida. Para sua escalada profissional, veja uma analogia entre as 6 regras do Montanhismo de Heubner, adaptadas para a carreira profissional:1 – Seja apaixonado por sua Carreira. “Suba com Paixão”.A paixão é essencial a todo profissional que espera chegar ao topo. Chegar a ele requer paixão, seja o topo metafórico ou real. O fato de o topo exigir paixão é uma lei imutável do universo. Aplica-se não apenas ao montanhismo e aos negócios. Aplica-se a todos os ramos das conquistas humanas. Poucas vezes encontramos um profissional apaixonado por sua carreira, mas quando encontramos um temos certeza do seu sucesso. Qual sua paixão?2 – Mude antes que seja necessário. “Sem coragem não há glória”.Você está preparado para as armadilhas e as oportunidades. Sim o mundo admira os corajosos. Você é corajoso? Se for, cuidado para não ser também idealista ou ingênuo. Nem sempre sua coragem lhe trará glória e recompensas e, vez por outra, você terá que pagar o preço do fracasso. Só um tolo arrisca o que não está preparado para perder. Você está preparado para pagar o preço do fracasso ou é apenas um soldadinho de lata que ouviu muitos discursos sobre motivação?3 – Prepare-se para os momentos incertos. “Espere encontrar becos sem saídas”.No seu planejamento, você leva em conta os “Becos sem saída”, o desemprego, ou está planejando fazer carreira no mundo da fantasia? É impossível prever quando surgirão os problemas, mas é quase certo que eles surjam. Você está mentalmente preparado para eles? Tem a tenacidade para preservar ou entrará em pânico e jogará tudo para cima, gritando: “Com isso eu não contava”.4 – Seja leal a você e a sociedade. “Jamais abandone seu parceiro”.O caminho mais rico para a paz interior e o sucesso duradouro passa pela lealdade pessoal. Você é um funcionário confiável? Um sócio Leal? Um amigo fiel? Feliz é aquele capaz de responder sem hesitar: “sim, sim e sim”. Você sempre será reconhecido por seus atos. Seus pontos fortes são aqueles que a sociedade reconhece, que nem sempre são o que você espera representar.5- Compare-se a si mesmo, faça o melhor de si. “Nunca olhe para onde não quer ir”.Você só pode fazer coisas que já tenha feito mentalmente; quando você imagina nada, criará exatamente nada. Como você gostaria de ser lembrado? Como você se vê na segunda metade da sua vida?“O mundo tem sua forma de lhe dar o que exigiu de você. Se você tiver assustado e buscar o fracasso e a pobreza, é isso que terá, por mais que tente o sucesso. A Falta de fé em si mesmo, no que a vida fará por você, o afasta das boas coisas do mundo. Espere a vitória e você sairá vitorioso. Em nenhuma outra parte isso é mais verdadeiro do que no mundo dos negócio”.6 – Seja responsável por seus Relacionamentos. “Sempre haverá espaço na corda para pessoas honradas”.Quando encontrar a pessoa certa, dedique-se a ela. Faça alianças com as pessoas boas. Uma pessoa boa puxa para cima todos ao seu redor e, quando se trabalha unido o resultado pode ser surpreendente. A cada nova pessoa na sua rede de relacionamentos, a qualidade melhora, gerando um novo padrão de excelência.”. Você está aliado a pessoas boas?”. Quantos amigos você está disposto a ajudar. Um profissional vitorioso, só alcançará seu topo se sua rede de relacionamentos conspirar para que isso aconteça.De fato não importa o tamanho de sua montanha - a ambição profissional; a escalada - sua carreira, precisa ser planejada e gerenciada.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Carlos Morey aguarda para ataque final ao cume do Everest


Em seu último contato, Morey explicou o funcionamento das máscaras de oxigênio e reguladores e sobre como será a logística do ataque ao cume.“Estamos de volta a esse "paraíso"... Levamos três horas desde Lobuche até aqui sob uma forte nevasca. Na verdade, desde que saí do Brasil, há 46 dias, hoje é o dia mais feio que vi aqui. Todas as expedições que tentaram cume têm fracassado. Espero que essa piora do tempo termine. Todas as expedições estão esperando por uma janela... E quando ela vier... Todas tendem a correr. Aquela organização inicial que estávamos tentando ter pode ir por água abaixo.Eu recebi um e-mail do meu amigo Charles Klein e eu vou usar o Blog para respondê-lo, pois eu também tinha muitas dúvidas sobre o uso do oxigênio. Sobretudo para quem leu o livro do Jon Krakauer, ´No ar rarefeito´.Cada um de nós temos direito a 7 cilindros de 3L (6kg é o peso dele cheio). Esse cilindro é conectado a um regulador (russo) como num mergulho, mas a qualidade é bem inferior. O regulador é conectado à máscara (Top Out e não Poisk, russa). O regulador possui essas marcações: 0.5, 1, 2, 2.5, 3 e 4. A tabela abaixo dá uma idéia média de duração nessas marcações:- 0.5 = 32 horas- 1 = 16 horas- 2 = 8 horas- 2.5 = 6 horas- 3 = 5 horas- 4 = 3 horasUsar no 4, ou mesmo no 3, é desperdício...Para dormir, usamos o 0.5. Já usei 3 horas de um cilindro no Campo 3 para teste.Acreditamos que devemos usar entre 2 e 2.5 no dia do cume. E nesse dia a estratégia será a seguinte:- Teremos um sherpa para cada um de nós.- Ele é quem monitorará e trocará os cilindros.- Previamente já teremos para cada um de nós 1 cilindro no Balcony e 1 cilindro no Cume Sul.- Sairemos para o cume entre 21h e 22h.- A previsão é que cheguemos ao Balcony em 4 horas. Lá trocamos de cilindro. O usado deve estar na metade. Será usado na volta.- A mesma estratégia para o Cume Sul: troca-se por um novo e deixa o usado para a volta. Estima-se entre 4 horas entre o Balcony e o Cume Sul.- Com esse novo vamos e voltamos do cume. E ele serve de backup. Pois levaremos umas 4 horas entre ir e voltar (2 horas até o cume, e 10 no total).- E o sherpa irá voltando e carregando os cilindros usados.

NOVAS ROTAS NO EVEREST E NO CHO OYU

I – NOVAS ROTAS NO EVEREST E NO CHO OYUO top climber sul-coreano Park Young-Seok abriu uma nova rota na imensamente difícil Face Sudoeste do Everest. Esta é apenas a terceira rota nesse paredão, juntando-se às rotas Britânica (1975) e Soviética (1982). Park ficou obcecado pela face sudoeste desde a primeira vez que a viu. Tentou em 1991, 1993 e 2007, sem cumes. Nessas três tentativas, somente tristeza, pois viu perderem a vida três grandes amigos seus. Em 2009, entrevistado, Park falou que ia “conquistar essa face custe o que custar”. Agora finalmente veio a redenção, com essa incrível Rota Coreana.O também top climber Denis Urubko completou no Cho Oyu sua busca por todos os 14 cumes 8000, e coroou sua saga em grande estilo, abrindo uma rota diretíssima na perigosa Face Sudeste, uma face conceituada por Reinhold Messner como um “inferno de avalanches”. Na companhia do também kazaque Boris Dedeshko, desenharam essa nova via sem oxigênio e em estilo alpino, uma grande conquista.
II – O PRIMEIRO ASTRONAUTA NO TOPO DO MUNDOEle já esteve no espaço, em órbita da terra, e agora subiu para o ponto mais alto que alguém pode pisar com os próprios pés. Esta semana culminou o Everest Scott Edward Parazynski, o primeiro astronauta a pisar no ponto mais elevado do globo.
III – SITUAÇÃO DOS LATINOSTrês mexicanos fizeram cume no Everest essa semana: Gerardo Lopez, Laura González e Yuri Contreras Cedi (este, em seu terceiro cume). Ainda são esperadas maiores notícias de Rodrigo Fica Pérez (CHIL), que está tentando o Manaslu. Já o argentino naturalizado americano Willie Benegas trocou de empresa e agora guia para a Jagged Globe, tendo conquistado pela 9ª vez. Infelizmente o brasileiro Carlos Morey não conseguiu realizar seu objetivo este ano, o Cume do Everest, contudo, outras oportunidades visão, e certamente ele completará os 7 cumes.
IV – SITUAÇÃO POLÍTICA NO TIBETEA chapa ainda anda quente no Tibete, com a polícia tentando controlar as rebeliões em comemoração aos 50 anos de exílio do Dalai Lama. Por isso as montanhas chinesas ou têm estado fechadas ou têm sido abertas a conta-gotas, com muito poucas expedições conseguindo permit. Não obstante, há algumas expedições no flanco norte do Everest, e vários cumes já foram registrados este ano, principalmente com a verdadeira “horda” chinesa, com 19 alpinistas amadores da China obtendo sucesso.
V – ED VIESTURS CULMINA DE NOVOO famosíssimo alpinista norte-americano Ed Viesturs fez cume no Everest pela 7ª vez. Ed foi o 12º alpinista a concluir todos os 14 8000 e é uma das pessoas mais respeitadas do meio alpinístico. Depois de alguns anos afastado, resolveu retornar para dar uma força para a nova empresa de montanhismo que está surgindo no mercado: First Ascent.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A verdadeira altitude do Everest


Tenho recebido muitos e-mails perguntando porque sempre cito a altitude do monte Everest como sendo de 8.850 metros e não 8.848 metros como normalmente se lê nos jornais e revistas. A resposta é simples: quando alguém escreve que o Everest mede 8.848 metros de altitude é porque está mal informado. Apresento, a seguir, um breve currículo da altitude do Everest:

Em 1852, cálculos publicados pelo Instituto Topográfico da Índia confirmaram as suspeitas de que existia uma montanha, na fronteira do Nepal com o Tibete, mais alta do que todas até então conhecidas. Partindo dos levantamentos feitos três anos antes por topógrafos ingleses, que haviam medido pela primeira vez o ângulo de elevação da tal montanha, com um teodolito de sessenta centímetros, o matemático bengalês Radhanath Sikhdar e seu jovem assistente Michael Hennessy, funcionário do Instituto em Calcutá, chegaram à conclusão de que ela media 8.839,80 metros acima do nível do mar. Tinha 257 metros mais do que o Kanchenjunga, sendo, portanto, o ponto mais alto do planeta.

A exatidão desta primeira medição foi fantástica, considerando o fato de que as duas montanhas estavam respectivamente a 174 e 242 km das torres de observação dos agrimensores de campo. Para chegar a esta medida, Radhanath Sikhdar precisou levar em conta a curvatura da Terra, a refração atmosférica, a deflexão da linha de prumo e as mudanças na densidade do ar, que mudam a curvatura da luz.

Bem mais tarde, medições feitas no Nepal, usando laser e transmissões via satélite com tecnologia de ponta e efeito Doppler, determinaram uma nova altitude para o Everest: 8.848 metros. Portanto, apenas oito metros mais alto do que a medição feita um século antes. Mas não era tudo.

No dia 05 de maio de 1999, uma equipe de alpinistas liderada pelo americano Pete Athans chegou ao cume do Everest para mais uma medição. Ele acionou dois receptores do sistema GPS, e as informações registradas foram analisadas pelos técnicos do Departamento de Ciências Aeronáuticas da Universidade do Colorado, em Boulder.

Os especialistas, de posse dos novos dados, determinaram a nova, e segundo eles, exata altitude do Everest: 8.850 metros. Portanto, dois metros a mais do que se pensava nos últimos cinqüenta anos.

A novidade foi anunciada pela Sociedade Geográfica Nacional durante a realização do 87º Congresso Anual do Clube Americano de Alpinismo, em Washington, nos Estados Unidos, em 11 de novembro de 1999.

A Conquista do Everest - parte 4

Após algumas estocadas da piqueta, depois de uns poucos passos cautelosos, Tenzing Norgay e Edmund Hillary estavam no cume do monte Everest; haviam acabado de conquistar o Terceiro Pólo. Eram 11h30min do dia 29 de maio de 1953, pelo calendário gregoriano.

Hillary olhou para Tenzing e, apesar da balaclava, dos óculos de proteção e da máscara de oxigênio estarem cobertos de gelo, escondendo-lhe a face, pôde notar um grande sorriso de puro prazer com o qual o sherpa admirava o mundo ao redor. “Estamos no lugar certo e na hora certa”, pensou Hillary. Eles sacudiram as mãos para se livrarem do gelo em suas luvas e então Tenzing abraçou o neozelandês longamente. Deram-se pequenos tapas nas costas um do outro até ficarem quase sem respiração.

Estavam no topo do mundo, no ponto mais elevado da Morada dos Deuses, na ponta do mais alto obelisco dos terráqueos. De um lado podiam ver a geleira Rongbuc. Muito longe, milhares de metros abaixo, as cores do alto planalto tibetano, como uma miragem naquele mundo branco coberto de gelo e neve.

Enquanto Tenzing Norgay preparava uma pequena oferenda para a deusa Chomolungma, Edmundo Hillary olhou em direção à Crista Norte e lembrou-se de Mallory e Irvine. Instintivamente tentou descobrir um sinal, um objeto, qualquer evidência da passagem dos dois pioneiros. Após alguns biscoitos e um pequeno gole de chá, iniciaram uma terrível descida. Seu oxigênio estava no fim, era preciso pressa. Chegaram ao acampamento no Colo Sul ao cair da noite. Quando Hillary avistou George Lowe, vindo ao seu encontro com uma térmica de sopa quente e um novo cilindro de oxigênio, disse, aos berros:

– Bem, George, nós liquidamos com este bastardo! – embora não tenham sido exatamente essas as palavras publicadas na imprensa na época.

James Morris, o correspondente do Times, desceu ao Acampamento-base e despachou um sherpa até Nanche Bazar com uma mensagem em código. Enviada por rádio para o embaixador britânico em Katmandu e retransmitida para Londres, a notícia foi publicada na primeira página do jornal na manhã de 2 de junho, dia da coroação da rainha Elizabete.

O sherpa Tenzing Norgay, nascido em 1914, tornou-se herói supranacional, todos os países do subcontinente indiano querendo tê-lo como seu cidadão. A partir deste feito, os sherpas jamais voltariam a ser os mesmos, tendo o nome de sua etnia passado a significar “guias de alta montanha” em todo o planeta.

Edmund Hillary, o criador de abelhas de Auckland, nascido em 1919, foi sagrado cavalheiro pela rainha da Inglaterra, ganhando o título de “Sir”. Sua imagem foi reproduzida em selos, histórias em quadrinhos, livros, filmes, capas de revista, e sua cara, comprida e fina, estampada na nota de 5 dólares na Nova Zelândia.

A Conquista do Everest - parte 3

No dia 29 de maio de 1953, às 6h30min da manhã, eles saíram de suas barracas, quase cobertas de neve, respirando oxigênio suplementar, e iniciaram a jornada que os colocaria na história. Era a sétima tentativa de Tenzing Norgay e a segunda de Edmund Hillary.

Às nove chegaram ao Cume Sul, ao pé da dramática crista estreita que levava ao cume principal, a partir de onde encontraram melhores condições climáticas. Uma hora mais tarde estavam diante de uma barreira com 13 metros, um escalão de rocha lisa e quase sem pontos de apoio, agora conhecido como Escalão Hillary.

– Era uma barreira cuja superação ia muito além de nossas frágeis forças – reconheceu o neozelandês, mais tarde.

Tenzing ficou embaixo e foi largando a corda, nervoso, enquanto Hillary, enfiando-se em uma estreita greta entre o paredão de rocha lisa e uma rebarba de neve em sua beirada, começou a agonizante subida. A lenta e penosa escalada foi sendo vencida, na base de muito esforço físico e exposição ao perigo.

Edmund Hillary conseguiu finalmente alcançar o alto da rocha e se arrastar para fora da fenda, até uma larga saliência. Por alguns momentos ele ficou ali, parado, deitado, recuperando o fôlego. Enquanto o oxigênio artificial corria por sua veias, ele sentiu, pela primeira vez, que sua gigantesca determinação o levaria ao topo. Com as batidas do coração voltando ao normal – normal para aquelas circunstâncias! – ele firmou-se na plataforma e fez sinal para Tenzing subir.

Edmund Hillary puxou firme a corda e o sherpa foi subindo, contorcendo-se greta acima, até finalmente chegar à saliência onde o neozelandês estava.

– Exausto, desabando como um peixe gigantesco que acabou de ser içado do mar após uma luta terrível, chegou Tenzing – contou Hillary.

O cume, a apenas uma pequena distância, os observava, impassível, sentindo que em breve seria derrotado por aqueles dois minúsculos seres que ousavam pisar onde ninguém jamais conseguira colocar os pés.

Edmund Hillary e Tenzing Norgay deram a volta por trás de outra saliência de rocha e viram que a crista adiante descia, podiam ver o Tibete. Eram os primeiros humanos a verem o Tibete daquele local. Eles desviaram a atenção do planalto tibetano e correram os olhos para cima, onde havia um cone redondo de neve.

A Conquista do Everest - parte 2

Eram treze montanhistas escolhidos a dedo, entre os quais o veterano Tenzing Norgay, um alpinista sherpa altamente qualificado, e o esguio Edmund Hillary – que ganhara a confiança de Eric Shipton no ano anterior.

A equipe ficou duas semanas fazendo pequenas escaladas no vale Khumbu como parte do programa de aclimatação antes de cruzar a Cascata de Gelo. Enquanto forjavam uma rota através desses obstáculos monstruosos, Edmund Hillary e Tenzing Norgay começaram a se identificar, a ponto de passarem a andar sempre juntos, tendo o veterano Tenzing demonstrado poder acompanhar o jovem, ambicioso e competitivo Hillary.

Então, depois de treze dias de esforços contínuos na encosta do Everest, eles chegaram ao Colo Sul escalando pelo flanco do Lhotse, a rota aberta pelos suíços no ano anterior, onde estabeleceram o acampamento VIII. Foi a partir dali que Charles Evans e Tom Bourdillon fizeram a primeira tentativa de alcançar o cume, embora ainda estivessem longe demais para um retorno seguro, caso obtivessem sucesso. No entanto, as ordens emitidas por John Hunt não deixavam dúvidas: era para continuarem a qualquer custo. Afinal, era para isso que um militar estava no comando.

Mas, com as péssimas condições climáticas e problemas com o oxigênio, foram obrigados a parar no Cume Sul, menos de cem metros abaixo do topo. Mesmo assim, e caso ainda tivessem oxigênio, calcularam ser necessário mais três horas de escalada.

O segundo assalto foi melhor planejado. Montou-se o acampamento IX, a 8.500 metros, bem mais acima do anterior, e Edmund Hillary e Tenzing Norgay passaram a noite descansando, bebendo grandes quantidades de chá de limão quente e tentando comer alguma coisa.

A conquista do Everest - parte 1

Em 1953 já se haviam passado 101 anos desde que o Instituto Topográfico da Índia descobrira ser o Everest a mais alta montanha da Terra.

Catorze expedições tinham falhado e 24 homens jaziam mortos sob as neves da montanha, na vã tentativa de atingirem seu cume. Estava mais do que provado que a tarefa demandava uma estrutura bem maior do que tudo já feito anteriormente.

A tentativa suíça do ano anterior deu aos britânicos o tempo necessário para organizarem uma expedição mais bem preparada. O treinamento incluiu uma experiência no Cho Oyu – a sétima mais alta montanha do mundo, com 8.201 metros de altitude –, em 1952, liderada por Eric Shipton.

Mesmo tendo falhado na tentativa de chegar ao cume do Cho Oyu, a expedição obteve um grande avanço na utilização correta do oxigênio e das roupas.

Embora Eric Shipton já tivesse liderado diversas expedições e contasse com o apoio popular, alguns membros do Clube Alpino Londrino achavam não ser ele a pessoa mais indicada para comandar um empreendimento de tal magnitude, a 10ª Expedição Britânica ao Everest, sobre a qual recaíam tantas esperanças e muita pressão política. Afinal, essa poderia ser a grande oportunidade de alguém ser o primeiro a escalar a mais alta montanha do planeta.

Um acordo diplomático entre os envolvidos dividiu o poder, permitindo a Eric Shipton ficar mais concentrado na escalada, deixando o comando com John Hunt, um oficial do exército, que daria ao evento um padrão militar.

Estranhamente, a maioria dos membros do Clube Alpino nunca havia se encontrado com John Hunt e ele próprio já tinha sido preterido na expedição de 1935 por problemas de saúde.

Ficou decidido que a expedição utilizaria todos os recursos ao alcance para atingir seu objetivo, inclusive o uso de oxigênio, enquanto os alpinistas estivessem dormindo em altitudes mais elevadas.

Para o Império Britânico, chegar ao topo do mundo era uma questão de honra. Para cobrir o evento, o Times enviou o jornalista James Morris, como membro da expedição, juntamente com o cinegrafista Tom Stobart.

Munidos dos mais modernos equipamentos de alpinismo disponíveis na época, a primeira parte da expedição partiu de Katmandu, naquela primavera, em grande estilo.

Composta por 350 carregadores sherpas, causava espanto aos nativos aquela fileira de homens trilhando uma estrada para o Everest. E como a prata era a única forma de pagamento aceita pelos sherpas em 1953, uma grande quantidade de moedas foi cunhada especificamente para este fim.

A caravana passou por Nanche Bazar e, após um pequeno período de descanso em Tengpoche, chegou em Gorak Shep, ao pé do Kala Patar, onde foi montado o Acampamento-base. A seguir estabeleceram um novo acampamento na geleira Khumbu, a meio caminho da Cascata de Gelo. Ao todo, foram criados nove acampamentos de altitude.

Everest: chegando ao topo

Mas a escalada não foi fácil. Problemas de logística, cálculos errados e defeitos em alguns oxigênios suplementares que a expedição levava acabou atrapalhando a equipe, que levou 12 dias bem turbulentos para percorrer o mesmo caminho que os suíços percorreram um ano antes. Chegou-se a duvidar do sucesso da expedição. Mas eles não desistiram.

Os vencedores
Entre os 13 alpinistas da equipe, uma dupla se destacava: Tenzing Norgay e Edmund Hillary. Essa era a sétima tentativa de Tenzig de escalar o Everest (ele inclusive havia participado da expedição suíça no ano anterior), e a segunda de Hillary, respeitado escalador em plena forma física. No dia 29 de maio de 1953, às 9h da manhã, a dupla alcançou o Cume Sul, ao pé da dramática crista estreita que levava ao cume principal, a partir de onde encontraram melhorescondições climáticas. Uma hora mais tarde estavam diante de uma barreira com 13 metros, um escalão de rocha lisa e quase sem pontos de apoio, agora conhecido como “Escalão Hillary”. Os dois escaladores conseguiram vencer a barreira e continuaram subindo. Às 11h30, Hillary e Tenzig estavam no cume do monte Everest.

A conquista da montanha mais alta do mundo transformou a dupla em verdadeiros heróis. Edmund Hillary foi sagrado cavalheiro pela rainha da Inglaterra, ganhando o título de “Sir” e tendo sua imagem reproduzida em selos, histórias em quadrinhos, livros, filmes, capas de revista e na nota de 5 dólares na Nova Zelândia. O sherpa Tenzing Norgay tornou-se herói supranacional, com todos os países do subcontinente indiano querendo tê-lo como seu cidadão, e mudou a história dos sherpas, que passaram a ter o nome de sua etnia significando “guias de alta montanha”.

A expedição inglesa


A equipe suíça não conseguiu atingir o cume do Everest, mas abriu caminho para que, no ano seguinte, uma mega-expedição inglesa tentasse realizar a façanha. Composta por 350 carregadores sherpas e 10 alpinistas, munida dos mais modernos equipamentos de alpinismo disponíveis na época e tendo treinado no Cho Oyu – a sétima mais alta montanha do mundo, com 8.201 metros de altitude - a expedição tinha tudo para dar certo.

Liderada por John Hunt, um oficial do exército que deu ao evento um padrão militar, a primeira parte da expedição partiu de Katmandu, na primavera de 1953. A caravana passou por Nanche Bazar e, após um pequeno período de descanso em Tengpoche, chegou em Gorak Shep, ao pé do Kala Patar, onde foi montado o acampamento-base. A seguir estabeleceram um novo acampamento na geleira Khumbu, a meio caminho da Cascata de Gelo. Ao todo, foram criados nove acampamentos de altitude.

Everest: Conquista da montanha mais alta do mundo faz 50 anos


Poucos lugares no mundo despertam tanto fascínio sobre o homem como o monte Everest. A montanha, cujo cume está a 8.850 metros de altitude, representa um dos maiores desafios do montanhismo. Conquistá-la é uma verdadeira vitória – além de um dos mais extremos testes de resistência, coragem e técnica.

No dia 29 de maio deste ano comemora-se 50 anos da primeira conquista do monte Everest, feita pelo Neo-zelandês Edmund Hillary e pelo Sherpa Tenzing Norgay em 1953. E não é só: no dia 08 de maio completaram-se 25 anos da primeira escalada sem oxigênio artificial, feita por Heinhold e Peter Habeler em 1978.

Essa conquista não foi fácil. Desde 1852, quando o Instituto Topográfico da Índia afirmou que o Everest era a montanha mais alta da Terra, vários montanhistas de todo o mundo partiram para o Tibet para tentar atingir seu pico. Quatorze expedições tinham falhado e 24 homens jaziam mortos sob as neves da montanha na tentativa de realizar a façanha. Estava mais do que provado que a tarefa demandava uma estrutura bem maior do que tudo já feito anteriormente.

No entanto os homens não desistiram facilmente do desafio. Em 1952 uma expedição suíça, formada por uma forte equipe que incluía o lendário alpinista Raymond Lambert, conseguiu ultrapassar 8.400 metros de altitude – o mais alto que qualquer outra expedição tinha conseguido atingir. Chegou-se a acreditar que o time suíço fosse finalmente alcançar o pico - e a vitória.

Alpinista brasileiro morre no Monte Everest

O alpinista brasileiro Vitor Negrete, 38, morreu na manhã desta sexta-feira quando descia o Monte Everest, ponto mais alto do mundo, após conseguir chegar ao seu topo, na quinta-feira.



Alpinista Vitor Negrete

Negrete era um dos principais alpinistas do país e fazia a escalada sem o auxílio de cilindros de oxigênio. No ano passado, ele havia chegado ao cume do Everest, porém utilizando este instrumento.

Rodrigo Raineri, que normalmente acompanhava Negrete nas expedições, não participou desta escalada porque havia se sentido mal na semana passada. Por isto, voltou para um acampamento.

Negrete e Raineri formaram a primeira dupla brasileira a escalar a face sul do Aconcágua, a mais difícil e perigosa, e a primeira a escalar a rota Noroeste do Aconcágua em pleno inverno.

Segundo o site do atleta, ele era mestre em Tecnologia de Alimentos pela Unicamp, onde participava como pesquisador colaborador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Governo chinês vai limitar o acesso de alpinistas para retirada de lixo


O Governo chinês limitará o acesso ao Everest aos milhares de alpinistas que a cada ano vão escalar o "topo do mundo" durante o primeiro semestre de 2009, argumentando a necessidade de limpar todo o lixo deixado no local.

Segundo o jornal "China Daily", o lixo abandonado por alpinistas e turistas no monte mais alto do mundo, com 8.848 metros de altitude sobre o nível do mar, coloca em perigo seu frágil ecossistema, disse Zhang Yongze, diretor do Birô de Proteção Ambiental do Tibete.

A agência oficial de notícias "Xinhua" informa que a campanha de limpeza acontecerá no primeiro semestre do próximo ano. O Everest, na fronteira entre Tibete (ocupado pela China em 1950) e Nepal, foi fechado pelas autoridades chinesas em sua vertente tibetana há um mês, por temor de que os protestos dos ativistas pudessem interromper a ascensão da tocha olímpica ao local.

Segundo a "Xinhua", a equipe de funcionários, alpinistas e jornalistas que se alojaram no acampamento base durante a subida da tocha limparam a região antes de sua partida.

Além da deterioração causada pela frenética atividade alpinista a um dos lugares mais isolados do planeta, Zhang se referiu também ao efeito do aquecimento global sobre o Everest, já que está derretendo a geleira que o forma.

Segundo dados do portal "Adventure Stats", até 2007 um total de 2.972 escaladores subiram o monte Everest, dos quais 208 morreram.




quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Escalada ao Everest


No dia 29 de maio de 1953, o neozelandês Edmund Hillary e seu guia nepalês Tenzing Norgay são os primeiros a atingir o cume do Monte Everest, a montanha mais alta do mundo, com 8.848 metros acima do nível do mar. Desde 1921, outras dez equipes haviam em vão tentado a façanha.
"A barreira decisiva antes do pico era um paredão superliso de 25 metros, quase sem possibilidades de apoio. Escolheram, então, o lado leste, onde havia uma enorme massa de neve. Hillary foi primeiro, enquanto Tensing garantia a segurança do terreno. Os minutos pareciam durar dias. Também os joelhos e ombros tinham que ajudar braços e pernas a puxar o corpo para cima, tão difíceis eram os movimentos naquela altura. Era uma luta contra o tempo e contra o fim do oxigênio. De repente, Hillary constatou que não dava mais para subir, o pico tinha chegado ao fim. A partir dali, só dava para descer novamente. Foi quando ele e seu guia se abraçaram na montanha mais alta do mundo".
Assim o alpinista austríaco Peter Habeler narra a aventura de Hillary e Norgay. Pela primeira vez, em 29 de maio de 1953, era derrotado o gigante do Himalaia. Uma vitória do ser humano, depois de mais de trinta anos de tentativas fracassadas e muitas mortes. 25 anos mais tarde, o próprio Habeler e Reinhold Messner conquistaram outra façanha: escalaram o Everest sem máscaras de oxigênio.
Ao retornar ao seu meio depois da grande aventura, Hillary confessou não ter ficado muito emocionado, como as pessoas podem pensar. "Estávamos cansados, isso sim, não sabíamos como agüentar a volta, mas ao mesmo tempo fui tomado de uma imensa paz interior. Eu me perguntava por que tivemos aquela enorme sorte, se outros melhor capacitados não conseguiam", confessou o neozelandês.
Desde a década de 20, muitas expedições, principalmente inglesas, haviam tentado concluir a escalada do Everest e das outras 13 montanhas com mais de oito mil metros de altura. O mais difícil da escalada vem depois dos 7.600 metros, quando a temperatura fica muito baixa e o ar, muito rarefeito. Hoje, os nativos lamentam que a montanha mais alta do mundo, que chamam de "Casa dos Deuses", seja tão profanada e poluída. Pessoas com pouca experiência em alpinismo gastam fortunas para arriscar, não só suas vidas, como também a dos guias para chegar ao "teto do mundo".
Continua controvertido, no entanto, se outra dupla não teria alcançado o pico antes de Hillary. Em 1924, os ingleses George Mallory e Andrew Irvine fora vistos pela última vez a 8.600 metros de altura. Em 1933, foi encontrada uma ferramenta deles. E apenas há dois anos, alpinistas norte-americanos encontraram o cadáver de Mallory. O de Irvine continua desaparecido. Eles teriam atingido o pico mais alto do mundo 29 anos antes de Hillary? A câmara fotográfica de Mallory, que certamente teria registrado este momento, jamais foi encontrada. Uma pista que ajuda os historiadores é que naquela época ainda não era possível escalar o paredão liso abaixo do pico, hoje batizado Edmund Hillary.

sábado, 28 de novembro de 2009

Todos Já Sabem...

O primeiro homem a subir o Monte Everest, a montanha mais alta do mundo, que possui 8 mil e 850 metros de altitude, foi Edmund Hillary.

Isso aconteceu no mesmo dia da coroação da Rainha Elizabeth, da Inglaterra, a quem ele dedicou sua conquista.

Um ano antes de alcançar seu tão sonhado objetivo, porém, Edmund já havia tentado escalar o Everest, mas fracassou.

Mesmo assim, os ingleses reconheceram seu esforço, e o convidaram para dar uma palestra sobre as suas dificuldades naquela tentativa.

Apesar dos aplausos daqueles que o ouvia atentos, Edmund confessou se sentir frustrado e incapaz.

Mas, num certo momento da palestra, ele se aproximou de um grande cartaz, onde estava ilustrado seu percurso para chegar ao topo do Everest, e surpreendeu a platéia quando gritou:

- Monte Everest! você me venceu esta primeira vez. Mas eu irei vencê-lo no próximo ano, por uma razão muito simples:

você já chegou ao máximo de sua altura. Mas eu ainda estou crescendo!

Como Funciona a Escalada Ao Everest


Introdução O Monte Everest está situado literalmente no topo do mundo, elevando-se a 8 850 metros (29.035 pés) acima do nível do mar. Assim que foi coroado como a montanha mais alta do mundo, os alpinistas inevitavelmente sentiram-se tentados a escalá-lo. E muitos falharam. Enquanto mais de 2 mil pessoas tiveram sucesso, praticamente 200 perderam suas vidas tentando a escalada. Monte Everest visto da montanha ao lado, Kala Patthar Então, por que escalar o Everest? A resposta mais famosa para essa pergunta veio do alpinista George Mallory: porque está lá".O Everest nem sempre foi considerado o rei das montanhas. Foi em 1852 que um matemático e topógrafo Bengali chamado Radhanath Sikhdar determinou que o "Pico XV" era o ponto mais alto da Terra. Em 1865, a descoberta de Sikhdar foi confirmada. O topógrafo geral da Índia, Sir Andrew Waugh renomeou a montanha para Monte Everest, por causa de Sir George Everest, o topógrafo geral anterior e supervisor dos trabalhos de topografia original que relacionaram o "Pico XV".Os nepaleses que vivem ao sul do Monte Everest sempre souberam que ele era especial. Eles o chamavam de Sagarmatha, que pode ser traduzido como "deusa do céu" ou "testa do céu".Os tibetanos que vivem ao norte da montanha a chamam de Chomolungma ou "deusa-mãe do mundo".Interesses políticos mantiveram os candidatos a escaladores fora do Everest por muitos anos após sua descoberta, já que nem o governo tibetano nem o nepalês queria receber estrangeiros em seus países. Mas em 1921, depois de muita negociação diplomática, o Tibete abriu suas fronteiras e a primeira de muitas expedições começou no lado norte da montanha. Uma destas expedições incluiu George Leigh Mallory e Andrew Irvine, de nacionalidade britânica. Sua expedição em 1924 foi a terceira viagem de Mallory até a montanha. Em uma tentativa em 1922, os escaladores atingiram recordes de altitudes antes que condições climáticas severas os forçassem a voltar. Durante aquela tentativa, uma avalanche matou sete sherpas. Na manhã de 8 de junho de 1924, Mallory e Irvine deixaram o acampamento mais alto no Everest em direção ao topo. Às 13:00h, foram vistos escalando a montanha, atrasados mas ainda fazendo progresso até o cume. Depois disso, nunca mais foram vistos novamente. Em 1999, uma equipe de investigadores localizou o corpo de Mallory na face norte do Everest a 8 235 metros. Há muito debate a respeito do fato de Mallory e Irvine terem chegado ao topo ou não, mas a maioria acredita que não. Em 1949, a situação política na região do Everest se inverteu e o Nepal abriu suas fronteiras, um ano antes do governo chinês fechar o Tibete. Os escaladores mudaram sua aproximação para o sul e, em 1953, Edmund Hillary, um alpinista e apicultor da Nova Zelândia e Tenzing Norgay, um sherpa, foram as primeiras pessoas a chegar ao topo da montanha. A sua conquista foi a primeira de muitas outras notáveis: Em 1963, James Whittaker tornou-se o primeiro americano a alcançar o cume do Everest; Em 1975, uma mulher japonesa chamada Junko Tabei tornou-se a primeira mulher a chegar no topo; Em uma incrível jornada, o americano Erik Weihenmayer tornou-se a primeira pessoa cega a escalar o Everest em 2001. A formação do Monte Everest Imagem cedida pela U.S. Geological Survey Em formato aproximado de pirâmide e coberto por geleiras, o Monte Everest é parte da cadeia de montanhas do Himalaia, que segue ao longo da fronteira entre o Nepal e o Tibete. Os Himalaias são montanhas em estrutura de dobra formadas há milhões de anos pela deriva continental. O oceano Tethys separou o subcontinente indiano do continente asiático. Com o tempo, o subcontinente indiano deslocou-se para dentro do continente principal e o mar foi puxado para cima para formar uma série de sulcos paralelos ou dobras. É incrível, mas as montanhas mais altas do mundo foram antes o fundo do oceano e ainda contêm fósseis marinhos. O Himalaia é uma cadeia de montanhas relativamente jovem, sendo formada a meros 60 milhões de anos, em contraste com cadeias montanhosas muito mais velhas, como os Apalaches. Na verdade, continuam crescendo. Esta contínua movimentação significa que o Himalaia eleva-se de 2 a 6 cm por ano. Toda essa atividade geológica cria instabilidade e gera terremotos ocasionais. Equipamento Os escaladores do Monte Everest necessitam de muito equipamento especializado, incluindo roupas, ferramentas e suprimentos. Esta não é, de forma alguma, uma lista abrangente, mas pode lhe dar uma idéia da quantidade de equipamento requerido. Se você está partindo para uma expedição guiada, deve verificar cuidadosamente o que está sendo fornecido. Você também deve testar todo o seu equipamento antes da viagem. Sapatos Botas duplas para grandes altitudes Os escaladores necessitam de vários pares de meias, abrangendo meias para caminhada, de lã e revestidas. Também necessitam de botas leves para caminhada bem como botas plásticas com revestimento para escalada. Estas devem ser grandes o suficiente para dar espaço aos pés e reduzir o risco da ulceração pelo frio. Almofadas aquecedoras e cabos estão disponíveis para manter as botas aquecidas e, dependendo do tipo de bota, você também vai precisar de sobrebotas térmicas. As polainas acompanham alguns modelos; do contrário, você precisaria delas para ajudar a manter os pés aquecidos e secos. Vestimenta O número de camadas é um fator importante na escolha da vestimenta. Existe uma grande variedade de temperaturas entre os acampamentos, dependendo do clima e hora do dia. Você precisará de roupas íntimas leves, de uma jaqueta com zíper de lã ou sintética, uma parca pesada tipo expedição e uma jaqueta com capuz Gore-Tex. Calças térmicas sintéticas, sobre-calças e um par de calças Gore-Tex, todas à prova de vento com zíperes laterais com separação total, também são necessárias. Uma balaclava grossa Para sua cabeça, você vai precisar de uma lanterna de cabeça com lâmpadas reserva e baterias; óculos para geleira com proteção lateral; óculos de esquiar; um boné ou viseira; um chapéu de lã e balaclavas tanto grossas como leves. Cachecóis sintéticos irão proteger seu pescoço. Você também precisará de um total de quatro diferentes pares de luvas: luvas leves e sintéticas para caber dentro das outras, luvas de lã tipo expedição, luvas à prova de água e luvas sem dedo tipo expedição. Ferramentas de alpinismo Acoplado às botas estão os crampons. Os alpinistas devem trazer pares reservas em caso de dano. Você também precisa de um arnês para escalada que caiba em todas as suas roupas, mosquetões, 3 com trava e 3 estacionários, um ascender, direito e esquerdo, um freio e prussiks, ou 12 metros de corda de perlon flexível de 6 mm para fazer os prussiks, além de uma picareta para gelo com uma tira projetada para esse tipo de ferramenta necessária para cruzar a Lhotse Face e escalar até o cume. O comprimento deve ser definido pela sua altura; se você estiver abaixo de 1,70 m, sua picareta deve ter 60 cm de comprimento; pessoas de 1,70 a 1,85 necessitam de uma picareta de 65 cm de comprimento. Você vai precisar também de corda para gelo. Mosquetões e freio Material de acampamento Dois sacos de dormir de boa qualidade (tipo expedição e classificado para pelo menos 20º e -40ºC), dois colchonetes infláveis e um térmico por acampamento, para colocar embaixo deles; em alguns acampamentos é melhor usar o dobro. Algumas ferramentas e materiais necessários para escalar o Everest Você pode precisar de várias barracas: uma maior para o acampamento base e outras menores, de alta qualidade e mais leves, para maiores altitudes. Uma bússola ou um pequeno GPS lhe ajudarão a chegar ao pico. Trazer dois fogareiros de titânio irá assegurar que pelo menos um deles funcionará quando você precisar e permitirá cozinhar mais rápido. Para cozinhar e comer, você precisa de duas panelas com tampas, canecas de plástico, uma garrafa térmica, uma colher e faca (como uma Leatherman), e um par de pegadores de panela. Muitos fósforos e isqueiros são necessários para o aquecimento e cozinha; certifique que os isqueiros são de boa qualidade, para que possam funcionar em grandes altitudes. Trazer um purificador químico de água irá reduzir a quantidade de água que precisa ferver e conseqüentemente, a quantidade de combustível requerida. Você precisará de duas garrafas plásticas além de uma garrafa de boca larga para urinar. A agência de viagens poderá fornecer gás e oxigênio, se for o caso. Grandes bolsas são necessárias para o transporte do equipamento, assim como uma mochila, você poderá necessitar de outra, menor, para caminhadas. A mochila de escalar precisa ter presilhas para sua picareta e outros acessórios. Protetor solar, protetor labial e uma pequena caixa de primeiros socorros devem estar em sua mochila. Equipamento eletrônico As câmeras são essenciais e comunicadores podem ser uma boa idéia. As baterias de lítio são mais duráveis e funcionam melhor em grandes altitudes. Um número maior de escaladores está trazendo outros equipamentos eletrônicos como laptops, câmeras de vídeo e telefones via satélite. Pessoas No início dos anos 90, escaladores experientes como Rob Hall começaram a organizar excursões em grupo, o que tornou o Everest acessível para pessoas menos experientes. Excursões pagas envolvem um líder de expedição, outros guias e a equipe de apoio. Há prós e contras em juntar-se a uma excursão guiada, mas se você estiver pensando nisso, os especialistas recomendam que você escale uma outra montanha primeiro. Até escaladores "solo" geralmente contratam sherpas para auxiliar na escalada; contratar um cozinheiro para o acampamento II pode melhorar muito a qualidade de sua experiência. Custo O custo médio de uma jornada totalmente guiada até o Everest a partir do lado sul custa US$ 65 mil. Uma escalada completamente guiada a partir do lado norte custa um pouco menos, cerca de US$ 40 mil em média. Este custo normalmente não inclui o equipamento pessoal, passagem aérea internacional ou seguro. Partindo do começo, o equipamento necessário custaria pelo menos US$ 8 mil. O cálculo fica próximo de US$ 15 mil com o acréscimo de itens como o laptop e a câmera digital. Sherpa 101 Muitas pessoas associam o termo "sherpa" (pronuncia-se "shar-wa") com o trabalho de carregador do Everest. Entretanto, sherpa na verdade significa "orientais" ou "pessoas do oeste" e refere-se aos clãs que vieram do Tibete e estabeleceram-se a oeste do Nepal a cerca de 500 anos. Tradicionalmente, o povo sherpa foi formado por agricultores e comerciantes, mas no início dos anos 20 foram contratados como carregadores para expedições montanhistas. Conhecidos pela sua dedicação ao trabalho e adaptação fisiológica superior a grandes altitudes, os sherpas se tornaram fundamentais para o sucesso das aventuras até o Everest e os escaladores os empregaram mais e mais como assistentes. Aproximadamente 30 mil sherpas moram no Nepal e cerca de 3 mil deles moram na região de Khumbu no lado sul do Everest. Desde os anos 50, o turismo se tornou a fonte dominante de emprego e renda na área. Muitos sherpas, bem como pessoas de outros grupos étnicos, trabalham como parte da indústria de alpinismo e turismo. Enquanto o povo sherpa mantém sua religião budista e muitas de suas práticas tradicionais, esta mudança na economia local e modos de vida significaram mudanças na cultura sherpa. Entre elas, há uma mudança de pensar que escalar a montanha seria uma blasfêmia, por considerar isto uma fonte de oportunidade econômica e orgulho. Os sherpas mantêm os recordes mais impressionantes do Everest, inclusive a maioria das chegadas ao topo por homens e mulheres, subida mais rápida, descida mais rápida, maior tempo gasto no topo e escalador mais jovem a alcançar o cume. Subida A maioria dos escaladores tenta escalar o Everest entre abril e maio. No inverno, as baixas temperaturas e os furacões tornam a escalada difícil. Entre junho e setembro, as monções de verão criam tempestades intensas e chuvas violentas. Ida e volta, a maioria das viagens ao topo do Everest leva cerca de dois meses e meio. Para uma aproximação do sul, os escaladores normalmente voam até Katmandu e passam vários dias comprando suprimentos e conseguindo vistos de viagem. De Katmandu, eles voam para Lukla e viajam por terra até o acampamento base, onde se preparam para a escalada. Até o acampamento base está situado a grande altitude, assim a jornada deve progredir gradualmente, geralmente levando uma ou duas semanas. Imagem cedida pela NASA As duas rotas até o Everest: passagem sul e passagem norte -Cordilheira Norte A rota sul foi tomada por Sir Edmund Hillary e Tenzing Norgay e ainda é a rota usada mais freqüentemente. Passa pela traiçoeira cascata de gelo Khumbu e Western Cwm (pronuncia-se coom), sobe pela face Lhotse e pela passagem sul e Hillary Step até o cume. A rota da passagem norte é a segunda mais popular. É a escalada mais difícil tecnicamente e requer uma descida mais longa a grandes altitudes do que a rota sul, embora evita os perigos da cascata de gelo Khumbu. No total, há 15 diferentes rotas e variações de rotas até o pico do Everest. Subindo pelo sul, os escaladores usam cinco diferentes acampamentos à medida que se ajustam à altitude. O acampamento base está localizado a 5 364 m (17 600 pés). As temperaturas tendem a ser 1,5º C mais quentes do que o pico (que estão na faixa entre -17ºC a -3ºC no verão) a cada 150 m de altitude que se desce. Durante a estação de escalagem da primavera, o acampamento base abriga cerca de 300 pessoas, incluindo escaladores, sherpas, médicos, cientistas e outro pessoal de apoio. Imagem cedida por Sheila Kavanagh, Sete cumes Acampamento base com a cascata de gelo Khumbu ao fundo Imagem cedida por Alan Arnette A cascata de gelo Khumbu Do acampamento base, os escaladores devem passar pela cascata de gelo Khumbu. Eles podem apenas cruzar esta área com a ajuda de cordas e escadas. Mesmo com toda a segurança e precaução de segurança, essa parte é extremamente perigosa. Deslocamento de gelo, fendas profundas, gelo caindo e avalanches já mataram muitos escaladores e sherpas. Assim que passarem a cascata de gelo Khumbu, os escaladores chegam ao acampamento I a 6 065 m (19. 900 pés). A maioria dos alpinistas precisa percorrer a cascata de gelo Khumbu várias vezes à medida que se adaptam à altitude. Imagem cedida por Alan Arnette Escaladores usando cordas e escadas para transpor a cascata de gelo Khumbu Ir do acampamento I para o acampamento II a 6 492 m leva os escaladores a passar pelo vale glacial conhecido como Western Cwm. Surpreendentemente, o desafio principal do Western Cwm é o calor. A estrutura do vale indica que há pouco vento e a luz intensa do sol a tamanha altitude pode torná-lo desconfortavelmente quente. Imagem cedida por Alan Arnette Acampamento I no Western Cwm O próximo desafio é escalar a face Lhotse usando cordas fixas para atravessar uma íngreme parede de gelo e subir ao acampamento III a 7 470 m (24 500 pés). Os alpinistas também precisam usar cordas para passar pelo Geneva Spur para alcançar o acampamento IV. Imagem cedida por Alan Arnette A face Lhotse O acampamento IV, também conhecido como South Col ("Col" é uma palavra para desfiladeiro ou passagem) é o último maior acampamento antes que os alpinistas façam sua investida até o pico. Localizado a 7 925 m (26 mil pés) é a primeira noite que a maioria dos escaladores passa na zona da morte. Imagem cedida por Alan Arnette Cume Sul do Everest Do acampamento IV, os escaladores caminham até o The Balcony, a 8 440 m (27,700 pés). O The Balcony proporciona uma plataforma onde os alpinistas podem descansar. De lá eles prosseguem para a Cornice Traverse, uma fachada horizontal de neve e rochas que precisa ser escalada e finalmente até o Hillary Step, que é escalado com cordas fixas, de forma que apenas um escalador pode subir ou descer de cada vez. Neste ponto, a falta de oxigênio e o frio amortecem os reflexos e o julgamento dos escaladores, tornando o Hillary Step um dos mais desafiadores elementos da escalada. Imagem cedida por Michael Otis Cume Norte do Everest Do Hillary Step, os escaladores devem caminhar os últimos metros até alcançar o topo. Próximo dele há equipamentos científicos e de topografia, bandeiras de oração, garrafas de oxigênio descartadas e alguns itens menores e lembranças deixadas pelos escaladores. Do cume, você pode ver através do Tibetean Plateau, em direção aos outros picos do Himalaia de Cho Oyu, Makalu e Kanchenjunga. A grande parte dos alpinistas tira fotos e desfruta da vista de 360º antes de começar a descida. Como comprova a lista de mortes, descer em segurança é pelo menos tão perigoso quanto subir. Imagem cedida pela Michael Otis Tibete visto do cume Norte A maioria dos escaladores necessita de cerca de quatro dias para subir o Monte Everest do acampamento base. A subida mais rápida do lado norte foi feita por Hans Kammerlander da Itália e levou 16 horas e 45 minutos desde o acampamento base. A descida mais rápida do sul levou menos de 11 horas e foi conseguida por Lakba Gelu Sherpa. O sherpa Babu Chiri, que esteve no cume por 21 horas e meia, mantém o recorde do maior tempo passado no topo do Everest. Entretanto, as pessoas normalmente passam cerca de 1 hora no pico em média. Oxigênio suplementar Os primeiros pioneiros concluíram que chegar ao pico do Everest sem oxigênio suplementar seria impossível. Quando Edmund Hillary e Tenzing Norgay escalaram até o topo em 1953, eles utilizaram uma garrafa de oxigênio. Isto tornou-se a abordagem padrão e continuou a ser até 1978, quando Reinhold Messner e Peter Habeler alcançaram o cume sem oxigênio. Dois anos mais tarde, Messner realizou o mesmo feito sozinho, desta vez alcançando o pico do lado norte. Desde então, mais alpinistas, inclusive Ed Viesturs, têm escalado o Everest sem o oxigênio suplementar. Em seu livro, Into Thin Air",Jon Krakauer criticou a decisão de não usar o oxigênio engarrafado com medo de que se suas funções fossem prejudicadas e ele, seria menos capaz de ajudar os companheiros da sua equipe. Outros na comunidade montanhista discordaram, acreditando que alguns escaladores seriam capazes de operar adequadamente sem ele. Entretanto, muitos alpinistas ainda tomam a decisão de usar o oxigênio suplementar. O efeito Everest Impacto no Everest Após o sucesso da chegada ao pico em 1953, mais e mais alpinistas começaram a chegar ao Everest, com a intenção de imitar os primeiros escaladores. Esta inundação de visitantes trouxe uma entrada de dinheiro, bem como infra-estrutura para as comunidades Sherpa. Existem agora escolas, hospitais e lojas vendendo mercadorias ocidentais e comida. Com os visitantes veio um aumento no desmatamento por causa da lenha, assim como uma grande quantidade de lixo. Como muitas áreas alpinas, os Himalaias são ecologicamente frágeis. Centenas de alpinistas viajam a cada ano com esperança de chegar ao topo do Everest, mas uns 25 mil turistas também visitam a área. Hoje em dia, escaladores, cidadãos locais e o governo nepalês estão trabalhando para proteger o ambiente em volta do Everest. Imagem cedida por US Geological Survey Monte Everest no pôr-do-sol Em 1976, o Everest e arredores foram transformados no Sagarmatha National Park. Em 1979, a área foi considerada Patrimônio da Humanidade. Atualmente, a flora e a fauna no parque são protegidas e a exploração da madeira é proibida. Em 1998, uma equipe particular autodenominada Everest Environmental Expedition retirou 1,2 toneladas de dejetos do Everest, coletados principalmente em torno do acampamento base e acampamento II. Enquanto garrafas de plástico e garrafas de oxigênio vazias causam uma má aparência, baterias, cilindros de combustível usados e dejetos humanos apresentam um grande risco ambiental e a expedição concentrou seus esforços neste tipo de lixo. Outras expedições ambientais continuam no esforço de limpar o Everest. O governo nepalês agora exige um depósito de US$ 4 mil dos alpinistas, que é reembolsado se eles trouxerem de volta a mesma quantidade de equipamento e suprimentos que levaram. Impacto nos escaladores A tragédia de 1996 A tragédia mais famosa e mais mortal do Everest ocorreu em 1996, quando 8 pessoas morreram em um único dia. Uma combinação do mal-da-montanha, superpopulação do cume e tempestades inesperadas cooperaram para criar a crise. Muitas pessoas que haviam chegado ao topo foram incapazes de descer até um ponto seguro e conseqüentemente morreram de problemas relacionados com a altitude e sua exposição a ela. Entre os mortos estavam Rob Hall e Scott Fischer, ambos guias com muitos anos de experiência no Everest. A tragédia de 1996 é contada nos livros "Into Thin Air",de Jon Krakauer e "The Climb",de Anatoli Boukreev e Weston DeWalt. O Everest é um lugar extremamente hostil. As temperaturas no topo são normalmente de -36º C no inverno e podem cair para -60º C. As temperaturas sobem a uma média de -18º C durante a parte mais quente do verão e as tempestades das monções tornam o Everest insuperável durante este período. As correntes de ar açoitam o pico do Everest com a força de um furacão durante a maior parte do ano. Em abril e maio as correntes mudam, oferecendo um clima relativamente calmo, quando a maioria das escaladas acontece. As avalanches são uma ameaça constante e tiraram muitas vidas. Ventos violentos podem soprar inesperadamente, encurralando ou cegando os escaladores. Deslocamentos de geleiras podem ocorrer repentinamente, criando fendas profundas, freqüentemente cobertas por neve. A falta de oxigênio é um dos maiores desafios apresentados pelo Everest. Os níveis de oxigênio no pico é de apenas um terço do encontrado ao nível do mar. Seres humanos não podem sobreviver por um longo período de tempo em uma elevação acima de 8 mil metros, o que é conhecido no Everest como "zona da morte".Nessa altitude, o corpo humano é incapaz de se adaptar ao oxigênio rarefeito e começa a deteriorar. A maioria dos escaladores precisa usar oxigênio e tem dificuldade para dormir. Mesmo em altitudes moderadas, muitas pessoas têm dores de cabeça e diminuição do fôlego. Entretanto, se permaneceram a essa altitude, seu corpo irá compensar produzindo mais células vermelhas no sangue e todas as funções retornarão ao normal. Em altitudes mais altas, estes sintomas são extremos e podem incluir perda de apetite, enjôos, vômitos, tontura, irritabilidade e insônia. Quando o oxigênio é severamente limitado, o corpo irá compensar aumentando o fluxo sangüíneo até o cérebro. Em altitudes extremamente altas, o cérebro pode realmente inchar e os vasos sangüíneos podem arrebentar, resultando no edema cerebral das grandes altitudes, ou HACE. Quando isto acontece, o alpinista pode sentir-se desorientado, ter alucinações e até perder a consciência. Igualmente, o edema pulmonar das grandes altitudes, ou HAPE, ocorre quando fluidos acumulam-se nos pulmões. Isto produz uma redução no fôlego e pressão no peito, bem como tosse e escarro sangrento. Tanto o HACE como o HAPE são estados potencialmente fatais. A descida é o melhor tratamento e pode exigir a utilização de um helicóptero, já que muitos pacientes não podem descer por conta própria em tais condições. Se a descida não for possível, o mal-da-montanha é às vezes tratado com Diamox, uma droga que sinaliza ao cérebro para aumentar a respiração ou dexametasona, um esteróide que pode reduzir o inchaço temporariamente. Se disponível, o paciente pode ser colocado em uma bolsa Gamow, que é uma bolsa portátil de alta pressão que aumenta a tensão do oxigênio e pode estabilizar o paciente. É claro, é muito melhor evitar o mal da altitude do que ter que tratá-lo. Esta é a razão porque os escaladores do Everest geralmente fazem várias viagens subindo e descendo de acampamentos a altitudes cada vez maiores, para adaptar seus corpos às condições das grandes altitudes. Outros riscos para os alpinistas incluem a ulceração pelo frio e a hipotermia causadas pelas temperaturas extremas, a trombose ou embolismo causada pelo afinamento do sangue em resposta à grande altitude, queimaduras extremas e ossos quebrados devido a quedas. Freqüentemente, uma combinação de forças naturais e fisiologia humana produz conseqüências letais para os montanhistas do Everest. Os futuros alpinistas do Everest treinam de várias maneiras. Natação, corrida, ciclismo, levantamento de peso e escalada são excelentes maneiras de melhorar a condição física. Resistência, perseverança e força são necessárias. Antecipando a perda de peso no Everest, a maioria dos candidatos tenta ganhar um pouco de peso antes da viagem. Embora o Everest não requeira as habilidades técnicas de algumas montanhas mais baixas, uma fundamentação minuciosa das técnicas de escalada é importante antes da tentativa. Em razão das condições extremas e da natureza imprevisível do Everest, mesmo os montanhistas mais experientes podem ter problemas. Imagem cedida por Sheila Kavanagh, Sete cumes Um memorial sherpa de pedras com bandeiras de oração Hoje mais pessoas estão tentando escalar o Monte Everest, mas apenas um em cada quatro alcançam êxito. Existe uma estimativa de 120 corpos ainda no Everest; ainda que muitos tenham sido respeitosamente realocados, é muito difícil e perigoso tentar remover todos. Conhecendo o custo, o risco e o desconforto, por que as pessoas escalam o Everest? No começo do século 20, quando George Mallory estava planejando sua expedição, exploradores alcançaram os pólos norte e sul e havia uma paixão por descobrir novas fronteiras. O Everest, o chamado "terceiro pólo",representa um novo e interessante desafio. Embora mais pessoas estejam escalando o Everest, nenhum equipamento moderno ou conhecimento profissional pode eliminar o desafio ou as dificuldades inerentes. Pagar uma viagem guiada não garante o sucesso, tampouco a experiência extensiva elimina o risco. Escalar o Monte Everest permanece, até o dia de hoje, um amedrontador e formidável desafio que continua a estender os limites da resistência e força de vontade humanas. Para aqueles que não se contentam em simplesmente escalar o Monte Everest, existem outros desafios disponíveis. O Everest é um dos sete cumes, o ponto mais alto de cada um dos sete continentes. Mais de 164 pessoas estão na lista dos que alcançaram os sete cumes. Se a altitude super alta é sua paixão, você pode juntar-se a uma elite de 12 pessoas que escalaram todos os 14 picos mundiais acima dos 8 mil metros.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Dores de cabeça fortes podem acometer os alpinistas, podendo inclusive evoluir para um estado chamado edema cerebral de altitude elevada, onde a pessoa apresenta desorientação excessiva, nega os sintomas, e quando vê, está inconsciente. Se não for evacuada a tempo para altitudes menores, é morte na certa.
Outra condição que acomete os alpinistas é o edema pulmonar de altitude elevada. Simplesmente os pulmões se encharcam e nem oxigênio resolve. Esta condição matou um sherpa da expedição de Krakauer.
O frio também cobra seu preço. Mesmo que usem roupas adequadas, temperaturas que podem chegar a 70 graus Celsius negativos costumam acometer as extremidades e o nariz. Em certo ponto, é difícil sentir as pontas dos dedos.
Queimaduras pelo gelo podem ocorrer. Um dos guias da expedição de Krakauer já tinha os dedos de um dos pés amputados por gangrena. Após os eventos que levaram à tragédia de 1996, um dos sobreviventes perdeu uma mão e parte do nariz.
Outra condição, não relacionada à altitude e sim à neve é a cegueira temporária. Os raios do sol refletidos na neve atingem a retina com grande intensidade. Se não usarem óculos especiais, ao final do dia, os alpinistas ficam cegos por um tempo.
Mesmo auxiliados por garrafas de oxigênio, o embotamento mental é intenso. Cada passo é um gasto de energia terrível, normalmente se dá um passo e pára-se em busca de fôlego. Este embotamento mental pode custar vidas. Um erro de julgamento, um passo em falso, a falha ao se pendurar nas cordas, e uma queda ao longo dos flancos da montanha podem ser fatais.
Outro perigo imenso é o chamado jet stream, ventos fustigantes que atingem o topo da montanha e levam a sensação térmica lá para baixo. Tempestades também são comuns.

Perigos e Males da Atitude

Neste ponto, o ar rarefeito já começa a trazer seus males. Fica praticamente impossível dar mais que 5 passos sem parar para respirar. Indisposição é algo freqüente.

As Fendas


Ainda existem as fendas no glaciar, uma pisada em falso e a pessoa cai num buraco imenso, podendo até morrer. Todo cuidado é pouco. Para piorar, o período de aclimatação exige que você faça a escalada deste glaciar umas 7 vezes (pelo menos foi o que aconteceu na expedição que Krakauer participou).
Uma tenebrosa visão que acomete os alpinistas, relatada por Krakauer, foi um momento em que ele andava e tropeçou em algo envolvido por um plástico cinza. Um pouco embotado pela altitude, levou algum tempo para perceber que aquilo era um cadáver humano.

Caminho a Frente


Os sherpas vão na frente, e levantam um acampamento, depois a expedição vai atrás. Repete-se tal procedimento mais 3 vezes, num total de 4 acampamentos, sendo o quarto situado no colo sul do Everest, a 7924 metros de altitude. Dali se parte para o ataque ao cume.
O caminho é feito sempre em idas e vindas ao acampamento-base, para melhorar a aclimatação. Todo o processo leva em torno de 1 mês.
Porém, entre o acampamento-base e o acampamento 1, está um dos trechos mais temidos pelos alpinistas, a cascata de gelo do Khumbu. Existem quedas d´água neste rio (afinal, você está andando sobre ele, e rio acima), e imensos blocos de gelo do tamanho de edifícios, chamados seracs podem se tornar instáveis e até caírem sobre os alpinistas (houve casos de alpinistas esmagados por seracs que caíram

Acampamento-Base Do Everest


Distante onze quilômetros de Lobuje, a 5364 metros, fica o acampamento-base do Everest. O plano normalmente consiste em sitiar a montanha, ao mesmo tempo que se faz a aclimatação gradual e necessária.

Mais Tempo No Cume


Um dos maiores escaladores do Everest (falecido em 29 de abril de 2001), Babu Chiri Sherpa detém até hoje o recorde de permanência no Topo do Mundo: ele ficou no cume por 21h30m em 1999. Babu Chiri chegou ao cume por 10 vezes, quatro delas pelo lado Norte tibetano.

A Segunda Geração







O primeiro filho de um “summiter” do Everest foi Peter Hillary - filho do desbravador Edmund Hillary -, em 10 de maio de 1990. Jamling Norgay, filho de Tenzing Norgay (companheiro de pioneirismo de Hillary em 1953), chegou ao cume em 23 de maio de 1996.

A Terceira Geração




E a montanha está mesmo no sangue dos Norgay: Tashi Tenzing Sherpa é sobrinho de Jamling, que por sua vez é filho de Tenzing, o pioneiro do clã no Everest. É a terceira geração desta venerada família sherpa a chegar ao topo.

A Mais Romântica Ascensão


E pra finalizar, um recorde em homenagem ao Dia dos Namorados: o casal sherpa Pem Dorjee and Moni Mulepati, ao escalarem o Everest juntos, tinham um plano secreto, que só foi revelado quando chegaram, também juntos, ao cume: eles tiraram as máscaras de oxigênio e colocaram, um no outro, guirlandas de flores de plástico – celebrando, de maneira simbólica, o primeiro casamento no Topo do Mundo.
Namastê!

Questões Para o Futuro


Diversos pontos podem ser levantados para se discutir o futuro do monte Everest: Como manter um equilíbrio num ambiente tão frágil quanto uma montanha? Como administrar a presença de quase duas mil pessoas por temporada apenas na região do Everest? Como organizar logisticamente empresas comerciais que não têm a higiene e a limpeza como prioridade? O que fazer com escadas de alumínio, milhares de metros de cordas, restos de comida e dejetos humanos deixados ao longo de toda a montanha ano após ano?

Dar respostas a perguntas como estas é tão complicado como a própria realização de uma escalada. Urgem soluções para que seja mantida a beleza de uma escalada. Que valor terá então chegar ao topo do Everest, sabendo que para alcançá-lo foi preciso passar por cima de tanto lixo e destruição?

Até hoje cerca de 85 pessoas, das aproximadamente 2.200 que chegaram ao topo do Everest, não utilizaram oxigênio artificial. Isso prova que, com boa adaptação à altitude e bom preparo físico e psicológico, é humanamente possível vencer esse desafio mesmo com o ar rarefeito.

A “ética do oxigênio” é uma questão em aberto. Vários escaladores argumentam que usar oxigênio artificial significa rebaixar a montanha ao nível do atleta. Sendo que se deveria estimular o alpinista a melhorar seu desempenho em altitude. Em contrapartida, outros escaladores sugerem que utilizar oxigênio engarrafado é um artifício como o uso de cordas, barracas e outros equipamentos. Sob esse ponto de vista, o oxigênio seria apenas mais um item da mochila do alpinista.

O uso de oxigênio artificial tem causado uma poluição “colorida” no gelo. Várias expedições já foram realizadas, apenas com o propósito de se retirar algumas das centenas de garrafas amarelas, laranjas ou azuis, das encostas geladas do Everest e de seus vizinhos mais famosos.

Há pouco tempo, o Governo do Nepal pagou 15 dólares para cada garrafa trazida da montanha.
Uma outra questão polêmica é a quantidade de alpinistas na montanha. Talvez uma das causas do grande número de acidentes nos últimos dez anos no Everest.

Expedições comerciais levam qualquer pessoa que possa desembolsar uma boa quantia de dinheiro para tentar a sorte entre as enormes gretas, avalanches e tempestades da montanha, movida pelo desejo de levar o nome de sua cidade para o topo do mundo. O alpinismo é um esporte técnico de alto nível e não uma aventura de férias. É fundamental também que cada expedição tenha seu próprio dia para atacar o cume, evitando assim filas e congestionamentos em lugares expostos e estratégicos da escalada.
Colocar na mesma expedição alpinistas preparados e experientes com meros amadores de paisagens montanhísticas é um erro imperdoável. E no caso das expedições comerciais, os guias são responsáveis pela vida dos clientes. O melhor exemplo que temos disso é a tragédia de 1996, onde dois guias experimentados morreram por seus clientes. Em suma, é necessária uma seleção para averiguar quem demonstra condições de encarar um desafio de tamanha magnitude.
Todos os alpinistas têm o direito legítimo de escalar o Everest, ou qualquer montanha que seja, mas com a consciência de que se trabalhou para tanto. É hora de pôr em prática a tão comentada filosofia do “degrau após degrau”, quer dizer, várias montanhas pequenas levam a montanhas médias, que levam às maiores e mais difíceis.
Curisosidades
- Nos três lados do Everest (o leste, o sul e o norte), existem mais de 13 rotas e diversas variantes para escalá-lo.
- O local que mais mata no Everest é a Cascata de Gelo do Glaciar Khumbu (Face Sul). As causas mais freqüentes são avalanches de gelo ou de pedras, quedas em abismos e gretas, frio e exaustão.
- A primeira mulher a escalar o Everest foi a japonesa Junko Tabei, em 16 de maio de 1975.
- A expedição de maior êxito foi liderada pelo norte-americano James Whittaker. A expedição, chamada Mount Everest International Peace Climb era composta por norte-americanos, soviéticos e chineses, e conseguiu colocar 20 pessoas no pico, entre 7 e 10 de maio de 1990.
- Em 10 de maio de 1993, 40 alpinistas (32 homens e 8 mulheres) da Austrália, Canadá, Grã-Bretanha, Estados Unidos, Rússia, Nova Zelândia, Finlândia, Lituânia, Índia e Nepal atingiram o pico, vindo de nove expedições diferentes.
- George Mallory usava botas de couro com pregos na sola e sete camadas de roupa de lã.
- Foram encontrados junto ao seu corpo lenços monografados com as iniciais G.L.M. (George Leigh Mallory).

Monte Everest

O Everest é a maior montanha do mundo, com 8.848 metros de altitude. Está localizado na Cordilheira do Himalaia, na fronteira entre o Tibet (China) e o Nepal. Quando foi definitivamente descoberta e precisamente localizada, em 1856, a montanha era conhecida como Pico XV.

Em 1865, Sir Andrew Waugh, superintendente geral da Índia, sugeriu batizar oficialmente a maior montanha do mundo em homenagem ao seu predecessor no cargo, Sir George Everest – topógrafo geral da Índia e um dos homens que mais auxiliaram a desvendar a geografia da Ásia.

A Royal Geographic Society aceitou o nome, um ano antes da morte de George Everest. Chomolungma (“deusa mãe do universo”) e Sagarmatha (“montanha abençoada”) é como os tibetanos e os nepaleses, respectivamente, se referem ao Everest.
O ponto mais alto do planeta
Assim que se definiu qual era o ponto mais alto do planeta, despertou-se o desejo de conhecê-lo melhor para um dia poder escalá-lo. Em 1921, uma expedição britânica liderada pelo coronel Howard-Bury chegou à base do Everest pela primeira vez na história. George Mallory e G.H. Bullock alcançaram 7.010 metros de altitude no colo norte da montanha. Em 1922, ocorreu a segunda expedição britânica, liderada por C.G. Bruce. Mallory e seus companheiros atingiram 8.326 metros de altitude. Dois anos depois, em 1924, na terceira expedição britânica, desta vez chefiada por E.F.Norton, os alpinistas A.C. Irvine e George Mallory foram vistos pela última vez a mais de 8.530 metros de altitude.

Apenas na décima expedição britânica é que se conseguiu escalar os 8.848 metros do Everest. Numa expedição liderada por John Hunt, o neozelandês Edmund Hillary e o sherpa (integrante do grupo étnico das montanhas do Himalaia) indiano Tenzing Norgay tornaram-se os primeiros homens a pisar no topo do mundo, em 29 de maio de 1953.
Reinhold Messner e Peter Habeler, alpinistas tiroleses, escalaram pela primeira vez o Everest, em maio de 1978, sem o uso de garrafas de oxigênio artificial (veja a resenha do livro “Everest sem oxigênio” no Expedition Log). Em 1980, Messner repetiu a façanha, desta vez em solitário. Quinze anos mais tarde, a alpinista inglesa Alison Hargreaves concluiu também uma escalada solo e sem oxigênio artificial, e os alpinistas Mozart Catão e Waldemar Niclevicz colocaram a bandeira brasileira no cume do Everest.
Piratas em ação
Pode parecer incrível, mas o Everest também foi palco para expedições piratas, aquelas não oficiais, clandestinas, sem autorização dos governos nepalês e/ou tibetano. Expedições exóticas, empreitadas corajosas e arriscadas, em sua maioria acabam gerando inúmeros relatos recheados de dramas catastróficos, que quase sempre terminam em tragédias mortais.

A primeira delas foi uma tentativa de escalada solitária em 1934. O ex-capitão do exército britânico, Maurice Wilson, tentou sozinho escalar pelo Colo Norte. Ele cruzou o Tibet com mais três sherpas, que acabaram esperando pelo chefe em vão, no acampamento número três. O corpo de Wilson foi encontrado em 1935, a 6.400 metros de altitude, e reencontrado em 1960 por uma expedição chinesa.

Em 1947, o canadense Earl Denman, disfarçado de tibetano e acompanhado de dois sherpas, viajou clandestinamente pelo Tibet em direção ao Everest, onde alcançou 7.150 metros na face norte.

A terceira expedição clandestina de que se tem notícia, foi em 1951, quando o dinamarquês K.B. Larsen entrou no Nepal vindo da Índia. Contratou doze sherpas, que se recusaram a seguir a escalada antes mesmo de atingirem o Colo Norte. Larsen acabou abandonando sua tentativa.

No mês de outubro de 1952, uma expedição soviética tentou escalar o Everest pelo lado tibetano. A tentativa fracassou e, diz a lenda, seis escaladores, incluindo o líder Pawel Datschnolian, nunca mais retornaram.

Dez anos depois, três americanos e um suíço cruzaram a fronteira do Nepal para o Tibet e chegaram ao topo do Colo Norte, a 7.600 metros de altitude.

De 1966 a 1969, as montanhas do Nepal foram fechadas aos escaladores. Uma notícia não oficial informou que mais de 26 alpinistas se perderam no lado norte do Everest, só no ano de 1966. Outra notícia duvidosa disse que três alpinistas escalaram o Everest em 1969. Mas, pelo menos nesse período de três anos, tudo não passa de especulação.
Até hoje, as expedições piratas continuam acontecendo. Porém, não estão mais sendo catalogadas nos anais oficiais. Comparado com a “pirataria” das décadas de 1970 para trás, tornou-se muito mais difícil escalar clandestinamente no Himalaia. Primeiro, porque a escalada de alta montanha se tornou um negócio rentável para os países detentores das montanhas. E, depois, pelo fato de haver uma enorme fiscalização no meio dos próprios alpinistas, com direito a multa, expulsão da montanha e até do próprio país.
Anos especiais
Depois da tragédia de maio de 1996, quando morreram 13 pessoas no Everest, foi uma surpresa para a comunidade de alpinistas os sucessos alcançados exatamente três anos depois. A mídia mundial voltou a se interessar pela montanha, pelas novas descobertas e recordes alcançados
Na temporada de 1999, Babbu Chhri Sherpa, alpinista nepalês de 33 anos, ficou 21 horas no topo do mundo sem utilizar garrafas de oxigênio, no dia 6 de maio. Era a sua oitava chegada ao cume do Everest. O georgiano Lev Sarkisov, de 60 anos, tornou-se, no dia 12 de maio do mesmo ano, o homem mais velho a chegar no topo do mundo. Ele permaneceu uma hora no cume. Por fim, o sherpa nepalês Appa Sherpa, 40 anos, igualou o recorde de Ang Rita Sherpa. Os dois já escalaram o Everest, pasmem, dez vezes!

Mas a grande notícia da primeira temporada de 1999 foi, sem sombra de dúvida, a descoberta do corpo de George Mallory, no dia primeiro de maio, próximo ao acampamento VI da face norte, e do Segundo Paredão (um dos lances-chave da escalada e a última grande barreira para o cume).

George Mallory é um dos maiores mitos da história do alpinismo. Conhecido como o “homem das montanhas”, Mallory participou das clássicas expedições britânicas da década de 1920. Muito determinado, persistente e corajoso, ele e seu companheiro Andrew Irvine se lançaram rumo ao topo do mundo, em oito de junho de 1924, e nunca mais voltaram.

Eric Simonson, líder da expedição Mallory and Irvine Research, que procurava os dois corpos, contou que sua equipe não tinha certeza alguma se iria ou não encontrar qualquer vestígio. Suas informações baseavam-se no relato de Noel Odell, alpinista da expedição de 1924, que tentou indicar aproximadamente onde os dois foram vistos pela última vez, e na versão de um alpinista chinês, chamado Wang Hong Bao, que contou ter visto, em 1975, o corpo de um “velho inglês morto”. Esse mesmo chinês morreu no Everest, três anos depois, logo após ter contado esse fato a um alpinista japonês.

A chave do mistério seria encontrar o local do acampamento de 1975. Um dos membros da expedição Mallory and Irvine Research, Jake Norton, encontrou uma das garrafas azuis que os chineses utilizaram naquele ano. Foi o começo da descoberta.

David Hahn, outro membro da expedição, contou que a roupa e parte do corpo de Mallory tinham sumido e que a pele estava branca como mármore. A bota de couro ainda estava conservada no pé e logo acima, na perna, a equipe identificou fraturas na tíbia e na fíbula. Encontraram ao redor do corpo de Mallory uma corda branca (o que indicaria que os dois alpinistas haviam se separado em algum momento), um altímetro, uma carta de sua esposa e os óculos de proteção num dos bolsos, demostrando que já era noite quando ele parou, ou seja, uma pista forte de que tinham escalado o dia todo e que estavam descendo quando a tragédia ocorreu.

A primeira questão é: como ele morreu? Tudo indica que foi de uma queda, com fraturas, mas sem esmagamento. Ele conseguiu sobreviver e se posicionou para morrer, cruzando uma perna sobre a outra. Sobre Irvine nada se sabe ao certo.
Outra questão, e a mais importante, é se George Mallory e Andrew Irvine chegaram ao topo do Everest. Estudiosos, alpinistas consagrados e admiradores levantam hipóteses, tentando encontrar soluções para a intrigante pergunta: quem foi que chegou primeiro, Mallory em 1924 ou Hillary em 1953?